terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tropa de Elite 2

Pedro Van-Held e Wagner Moura em cena de 'Tropa de elite 2'
"Tropa 2’ é mais maduro, é mais bem filmado. Os personagens são mais bem construídos e isso se reflete no protagonista. Nascimento é muito mais consciente que no primeiro filme.” A opinião é do ator Wagner Moura, que viveu na pele o cotidiano do capitão da polícia mais famoso do Brasil, Nascimento. Por conta dos bons serviços prestados à corporação, nesse filme, Nascimento é coronel, agora pai de um adolescente.

O diretor José Padilha também falou sobre o realismo das cenas, sobre como a realidade e a historia do Rio estão na tela. Em certas cenas, foram utilizados dois helicópteros, cem figurantes, caveirões. A gravação de uma invasão feita pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM do RJ) a uma favela de verdade tinha tudo o que exige o figurino. Era até real demais. Um pavor para o morador que já viu esse filme tantas vezes.

"Aquela filmagem tinha sido avisada. Só que a população comum não percebeu. Quando as pessoas começaram a ouvir tiro vindo do helicóptero preto e não sei mais o que, todo mundo ficou assustado. O que não é de se estranhar numa cidade como o Rio de Janeiro", conta o diretor José Padilha.

“Tropa 2” não é um documentário, mas quase poderia ser. Rebelião em presídio de segurança, execuções, a chegada do Bope: está tudo lá, sem anestesia. E é exatamente a sensação de que o buraco é mais em cima que o filme quer retratar.

"No ‘Tropa de Elite 2’ isso se passa um nível acima da polícia. Se passa no nível da segurança pública. Entre a polícia e a política", diz Padilha.

O filme mostra como funciona o grande negócio das milícias, que rende uma fortuna. Porque onde o tráfico ganhava dinheiro no varejo de quem consumia drogas, a milícia ganha no atacado. Imagine que cada morador de cada casa, cada comércio paga uma taxa. Alias várias taxas. Essa e a realidade de cerca de 200 comunidades hoje no Rio de Janeiro.